Há muito tempo que não deixava aqui uma citaçãozinha, e além disso descobri que nem tinha ali em baixo na bibliografia a minha "sementinha" da Humanização do Nascimento, por isso, além de acrescentar à bibliografia fica aqui também uma achega...
"Enquanto Zeza cuidava da menina recém-nascida, batizada de Sara, sentei-me com Madalena na acanhada sala de seu apartamento e lhe perguntei:
-Esse é o último Madalena?
Ela sorriu e disse:
-Não sei. Gosto tanto de ter filhos que não seria justo dizer que não mais os terei.
-Madalena, disse-lhe eu fitando seus doces olhos castanhos, você é uma mulher abençoada. Tem o dom da maternidade e a dádiva de ser mãe de tantos filhos e todos saudáveis. Seus partos são rápidos, indolores e belos. Você devia doar seu corpo para a ciência, para que no futuro descubram qual o gene responsável por ter filhos com tamanha facilidade e tanta paz.
Madalena me encarou com aquele olhar maravilhosamente doce e me respondeu com um sorriso:
-Doutor, não vai adiantar nada procurarem no meu corpo. Aqui não vão encontrar nada. Melhor procurarem na minha alma.
Abençoada seja para sempre, Madalena."
Ricardo Jones
in "Memórias do Homem de Vidro
Reminiscências de um Obstetra Humanista"
1 comment:
Lindo e verdadeiro!
Nem sei bem como vim cá parar mas percebi quem tu és... vê lá se descobres quem eu sou?
Beijos
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